
O historiador Sydney Aguilar
fez uma pesquisa sobre a influência do Nazismo no Brasil onde deu origem ao seu
documentário “Menino 23”, que relata fatos históricos de vítimas da época. No
filme, mostra como desencadeou todo o processo de sua investigação. A sua
curiosidade em se envolver com o tema foi através do relato de uma aluna no ano
de 1998, em que dava aula no Ensino Médio, onde disse que havia inúmeros
tijolos na fazenda de sua família com o símbolo nazista.
O documentário nos mostra empresários
ligados ao pensamento integralista e nazista nas décadas de 20 e 30, que removeram
cinquenta meninos negros de um orfanato no Rio de Janeiro para a fazenda Santa
Albertina de Osvaldo Rocha Miranda em São Paulo, para viverem em isolamento e
escravidão. A pesquisa de Sydney revela o ligamento que tinha as elites
brasileiras com as crenças nazistas e o projeto eugênico que foi implementado
no Brasil.
A história com mais ênfase
relatada no documentário é de Aloísio Silva, o menino 23, onde ele usa a
memória de modo negativo, lembrando de todo o seu sofrimento que passou na
infância junto com as demais crianças. O seu nome não tinha valor, por isso
eram numerados, conhecidos através de números.
A investigação também ajuda
a encontra outro sobrevivente da época, o Argemino. Sua trajetória reforça
ainda mais como os conceitos de “higienização do país” marcaram a nossa
sociedade. Ele fugiu aos 15 anos, foi morador de rua e quando surgiu a Guerra
se alistou para a Marinha, seguindo então a sua vida.
Também foram exibidas as
entrevistas sobre a família do “menino 2” que já faleceu. Os meninos com as
primeiras numerações eram mais próximos da família Rocha Miranda e tinham mais
“regalias” que era o caso do “menino 2”. Quando houve a libertação devido a um
escândalo na época, a família ficou com ele para continuar servindo e
trabalhando na fazenda, e o mesmo se conformava escolhendo esse modo de vida
como uma solução.
O filme nos remete a mais um
acontecimento gravíssimo dentro do nosso país. Uma prática de racismo, uma
forma desumana de agir com o próximo visando apenas interesse próprio e a
prática egocentrismo. Considero uma pesquisa de extrema importância para o
contexto histórico do Brasil e que deve ser mostrado para a sociedade.
Ainda, nos dias de
hoje, constatamos vários casos de racismo no Brasil e no mundo, infelizmente. Os
fatos históricos cada vez mais nos comprovam como começou a distinguirem as pessoas
uma das outras, através dos traços e da cor. Os negros lutaram a cada dia em
busca de igualdade, acredito que ainda tem muito que mudar na sociedade.
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