A partir do texto lido, "Repetência: Um erro que se repete a cada ano" e da discussão em sala de aula, entendo que, nenhum professor (sério) comemore a reprovação de um
aluno. Ninguém deve ser reprovado por causa de comportamento, mas sim
por critérios bem definidos para que se avance nos estudos. E é ai que
mora o problema.
Nem sempre a escola tem os critérios bem definidos. A aula fica restrita
a cópia do quadro e a resposta das atividades. A prova, quando é
aplicada, reproduz o modelo exposto. Ou então, limita-se a repassar aos
alunos uma lista de perguntas para que sejam respondidas de acordo com o
modelo utilizado. Se um aluno não decorar o que se passou, fica com
nota vermelha.
A falta de conhecimento teórico-pedagógico em grande parte dos
professores colabora com este quadro, mas, felizmente, nem sempre é a
regra. Também existe a situação em que o professor tem ciência do seu
dever, diversifica a metodologia das aulas, aplica diferentes tipos de
avaliação e mesmo assim o aluno não consegue ir adiante, porque
apresenta alguma dificuldade (aprendizagem – na aquisição do conhecimento)
ou simplesmente porque não quer aprender.
No caso da primeira hipótese, acredito que seja necessário um
acompanhamento diversificado. Encaminhamento a um psicopedagogo já acho que seria um
bom começo! De nada vai adiantar colocar um aluno com dificuldade de
aprendizagem em uma sala de reforço com a mesma metodologia. Já na
segunda hipótese, o aluno que não demonstra interesse pelo estudo, antes de tomar a decisão definitiva tentar de alguma forma saber o porquê desse aluno não ter interesse em ir para escola ou de estudar, pois o mesmo não obteve esse desinteresse a toa certo?
A avaliação tem que ter um objetivo, um momento dialético no
processo educacional visando o crescimento da autonomia. A avaliação
não pode ser entendida como ponto final de um processo em que tudo
poderá ter sido em vão. A questão não é uniformizar o comportamento, mas
sim criar condições de aprendizagem e com isso evoluir na construção do
conhecimento.
Portanto, a aprovação ou reprovação após um ciclo qualquer tem quer ser
meticulosamente repensado em função daquilo que se pretende avaliar no
aluno. O que queremos saber? Suas competências e habilidades? Ou se ele é
apenas bom ou ruim?
Reprovar por reprovar não vai trazer benefícios nenhum, mas aprovar por aprovar
também não. Uma coisa é importante dizer. O poder público deve acabar
com a aprovação automática, e nós professores precisamos estudar mais,
ter mais bases pedagógicas, orientações para podermos enfrentar mais um desafio que é: Aprovar ou reprovar?
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